Altair Sales Barbosa
O INTERIOR DA
TERRA
De acordo com estudos da Física Contemporânea que baseia suas conclusões na
dispersão das micro-ondas, acredita-se que o Universo hoje conhecido, tenha se
originado há cerca de 13 bilhões de anos. Por outro lado, a Terra juntamente
com o Sistema Solar se formou há 4 bilhões e 600 milhões de anos. No início da
sua história, a Terra era frequentemente bombardeada por pequenos planetas e
meteoritos. Esse fenômeno convertia a sua superfície em um mar de magma, mas
também liberava para a primitiva atmosfera do planeta vapores de água, oriundos
da fissura de minerais silicatados. A Terra era portanto no início uma bola de
fogo. Por volta de 4 bilhões e 300 milhões de anos, a superfície esfriou o
bastante para permitir a precipitação da água atmosférica. Assim, o Planeta foi
recoberto por um oceano que o circundava todo, numa profundidade média de 4 km.
A precipitação dessa água possibilitou a formação da crosta terrestre, formada
de basaltos antigos. Mais tarde a presença da água em estado líquido, permitiu
a formação em grandes profundidades do granito, que pela sua densidade emergiu
até a superfície formando as terras emersas, que mais tarde iriam se constituir
nos continentes atuais. O mar primitivo que circundava o planeta ainda
sequestrou Carbono da atmosfera possibilitando a formação de rochas
carbonatadas, incluindo o Calcário.
A
Crosta Terrestre, também conhecida como Crosta Continental ou Placa Crustal,
resultou desse resfriamento e é constituída em sua maior parte por material
sólido, tendo até 100 km de profundidade, que varia de espessuras maiores nas
montanhas até espessuras menores no fundo oceânico, tendo como média 30 km. A
crosta não é contínua, mas se nos apresenta na forma de grandes placas que
flutuam sobre uma fina camada fluída denominada Astenosfera que marca o início
do Manto da Terra. É na Crosta Terrestre onde se desenvolve toda forma de vida
conhecida no planeta.
Abaixo
da Crosta Continental existe o chamado Manto da Terra que se divide em Manto
Superior ou Externo e Manto Inferior ou Interno. O Manto Externo se situa de
100 km a 670 km de profundidade. Seu estado físico é o de um fluído muito
viscoso que confere ao planeta propriedades físicas peculiares. Abaixo do Manto
Superior, situa-se o Manto Inferior denominado também de Mesosfera e abrange de
670 km a 2.900 km de profundidade. Embora seja aparentemente sólido,
estranhamente exibe características de fluido. Desse modo se algo pesado for
colocado sobre a superfície da Terra por um longo tempo o peso será transmitido
ao manto, formando um depressão. É no Manto da Terra onde se formam as
correntes de convecção, responsáveis pelo campo magnético do Planeta e por uma
sucessão de fenômenos que atingem a sua superfície, desde o vulcanismo,
tectonismo, aquecimento e resfriamento da águas oceânicas, que modificam as
correntes marítimas, que por sua vez influenciam nas correntes aéreas, mudando
o clima continental, etc.
Logo
abaixo da camada que forma o Manto Interno, encontra-se o Núcleo Externo com a
profundidade de 2.900 a 5.100 km. Sua composição é quase igual à composição do
Núcleo Interno, mas contém cerca de 10% de oxigênio. A consistência é de um
fluido macio por onde circulam lentas correntes de convecção.
Abaixo
do Núcleo Externo, encontra-se o Núcleo Interno com a profundidade de 5.100 km
a 6.400 km de profundidade. É formado por compostos metálicos de Ferro, Níquel
e Enxofre. Apesar de apresentar uma altíssima temperatura que se apresenta
acima de 5.000oC permanece em estado sólido dada a alta pressão.
Como
pose-se observar o Planeta Terra que se configura abaixo dos nosso pés é
constituído por camadas que funcionam em equilíbrio. Conhecer a Terra
superficialmente atualmente se torna uma tarefa não muito difícil, tendo em
vista o advento técnico do Sensoriamento Remoto. Mas o conhecimento do interior
do Planeta é muito difícil e se baseia na dispersão das ondas sísmicas já que
as grandes perfurações com intuito econômico ou científico ainda não
ultrapassaram 14 km. Sendo o raio da Terra (metade do diâmetro) de 6.400 km,
essas perfurações são insignificantes.
O
importante a salientar é que o magnetismo da Terra, bem como o clima, a água e
a própria vida do planeta dependem das forças energética que movem esse
dinâmico dínamo que é o interior da Terra. E, por incrível que pareça até as
camadas da atmosfera desde a Troposfera até a Magnetosfera, dependem em parte
dos fenômenos que ocorrem na crosta terrestre, que são consequências dos
fenômenos ocorridos nas camadas inferiores do interior da Terra, podendo também
afetar estas camadas. Portanto, a Terra é um sistema interdependente, ainda em
equilíbrio e só dessa forma pode ser compreendida. A Terra é um planeta dinâmico.
TECTÔNICA DE
PLACAS E A REVOLUÇÃO CIENTÍFICA
Desde
a publicação da obra de Charles Darwin em 1859 sobre a origem das espécies
através da seleção natural e os trabalhos da Física de Einstein no início do
século XX, o pensamento científico nunca recebeu tanto impacto, nem tantas
transformações até o início da década de 1960, com a comprovação da Tectônica
de Placas. Este princípio teórico, trouxe uma nova revolução, para as ciências
biológicas, para a geografia, para a geologia, climatologia e todos os ramos
científicos que de uma forma ou de outra estão relacionados com as ciências
descritas.
No
caso específico da Biogeografia e da Geologia, vários dos conceitos até então
imperantes tiveram que ser abandonados. A partir de então, o Planeta Terra
passa a ser tratado como um sistema dinâmico, integrante de modelos maiores,
cujos componentes apresentam uma complicada teia de interconexões. A Terra não
poderia ser mais olhada como um planeta imutável, cujos continentes e bacias
oceânicas permaneciam fixas ao longo do tempo, a Terra passou a ser considerada
um planeta mutável e extremamente dinâmico. A teoria que causou toda essa
evolução, recebe o nome de Tectônica de Placas e não surgiu de uma hora para
outra, vários estudos e hipóteses durante décadas foram trabalhadas no sentido
da sua sedimentação.
Os Precursores
da Ideia.
Edward Suess e a
Flora Glossopteris
Durante
o final do século XIX, o geólogo austríaco Edward Suess percebeu semelhanças
entre fósseis de plantas do Paleozoico Superior da Índia, Austrália, África do
Sul e América do Sul. Os fosseis formam uma flora única que ocorre em camadas
de carvão, existentes nestes continentes. Esta flora muito diferente da flora
contemporânea dos pântanos carboníferos dos continentes do norte, foi
denominada Flora Glossopteris, nome extraído do seu gênero mais comum. No seu
livro A face da Terra de 1885, Suess
propôs o nome Gondwana, para um supercontinente que existiu ao sul do equador.
Segundo Suess a semelhança entre esta flora estava associada a ligação
existente entre as massas desse supercontinente.
Alfred Wegener e
a Deriva Continental
Foi
Alfred Wegener, um meteorologista alemão, que formulou a hipótese da deriva
continental. Em seu livro A origem dos
continentes e dos oceanos de 1915, Wegener propôs que todas as massas
continentais num tempo remoto, formavam um único continente que o denominou
Pangeia. Wegener procurou retratar sua hipótese através de uma série de mapas,
mostrando o rompimento do Pangeia e o movimento dos continentes até suas
posições atuais. Wegener reuniu ainda grande quantidade de evidencias
geológicas, paleontológicas e climatológicas para sustentar suas ideias, que
nunca foram aceitas no mundo científico em geral. Muito ridicularizado à época,
Wegener partiu para a Groenlândia, buscando provas para sua hipótese, mas
desapareceu sem deixar vestígios em 1930.
Alexander Du
Toit
Du
Toit, geólogo sul-africano retoma, sem muito sucesso, apesar de gozar de boa
reputação no meio científico, as ideias de Wegener em 1937, através da
publicação do livro Nossos continentes
errantes.
A Comprovação
Após
a segunda guerra mundial, tendo em vista o deslocamento dos submarinos alemães,
que impuseram grandes perdas aos aliados. O mundo Ocidental, tendo à frente os
Estados Unidos, iniciou um grande projeto de mapeamento dos fundos oceânicos
utilizando um método de muita precisão conhecido como ecobatimetria. Para
surpresa de todos a descoberta das cadeias mesoceânicas no Atlântico, comprovou
a hipótese da expansão do fundo oceânico. A essas provas se juntaram a
descoberta das fossas oceânicas, onde se verifica o afundamento do substrato
oceânico. Como consequência também se constatou que a superfície terrestre é
compostas por placas tectônicas, e que cada placa se desloca em sentido
diferente.
Pela
junção das Teorias da Deriva continental de Wegener e da Expansão do Fundo
Oceânico, foi concebida a Teoria da Tectônica de Placas. A Teoria da Tectônica
de Placas, mostra que as interações entre as placas móveis determinam a
localização dos continentes, bacias oceânicas e sistemas de montanhas que, por
sua vez, afetam os padrões de circulação atmosférica e oceânica que finalmente
determinam os climas globais. O movimento das placas também tem influenciado
profundamente a distribuição geográfica, a evolução e a extinção de plantas e
animais. A aceitação desta Teoria, levou a um maior entendimento de como a
Terra tem evoluído e continua a evoluir. Essa poderosa Teoria é unificadora e
possibilitou aos especialistas enxergarem a história da Terra em termos de
acontecimentos inter-relacionados que são partes de um panorama global de
mudança dinâmica ao longo do tempo.
TERREMOTOS E
MAREMOTOS
Os
terremotos são uma indicação clara de que a Terra é um planeta internamente
ativo. São fenômenos naturais altamente destrutíveis e assustadores e
dependendo do seu epicentro, quase sempre vem acompanhado de maremotos, cujas
ondas denominadas tsunamis, quando atingem o litoral, são devastadoras.
Um
terremoto pode ser definido como um tremor causado pela liberação repentina de
energia. Esta energia é o resultado de deslocamento de rochas que compõem as
falhas tectônicas ou que constituem os limites das placas tectônicas. O
primeiro impacto do terremoto recebe o nome de primário, sempre com muita
intensidade. Entretanto os ajustes ao longo de uma falha provocam uma série de
abalos secundários, que embora, em menor intensidade, dependendo da duração,
podem ser tão devastadores quanto o primeiro impacto. Muitos terremotos
precedem ou até estão associados a atividades vulcânicas, mas nem sempre o
vulcanismo é responsável pelos maiores terremotos.
A
origem dos terremotos pode ser explicada através de uma teoria denominada teoria do rebote elástico. De acordo com
Reid, geólogo autor desta teoria, a energia armazenada nas rochas submetidas à
deformação é semelhante a energia armazenada em uma mola de relógio firmemente
enrolada. Quanto mais firme tiver a mola enrolada, tanto mais energia é
armazenada. Quando a mola se rompe a energia é liberada, causando o primeiro
grande impacto, à medida que a mola vai se acomodando até atingir o formato
original, acontecem comparativamente os abalos secundários. Outro exemplo
didático é aquilo que semelhante acontece quando se verga uma vara longa e reta
sobre o joelho. A medida que a vara verga, ela vai se deformando até chegar ao
ponto em que a concentração de energia é tanto que ela se rompe. Causando o
primeiro impacto. Os movimentos da vara até voltar ao estágio anterior,
corresponderiam as ondas que provocam os abalos secundários.
Tamanho e Força
de um Terremoto
Atualmente
se usam três medidas para avaliar um terremoto. Uma medida é baseada na
intensidade. Trata-se de uma avaliação qualitativa dos danos causados por um
terremoto. A escala de intensidade mais utilizada é a Escala de Mercalli e
varia de 1 a 12 pontos. Esta escala não mede a força do terremoto, mas
concentra-se nos estragos provocado pelo evento. Assim um terremoto forte que
acontece em área desabitada, é menos importante que um terremoto mais fraco que
acontece em área densamente habitada, pois os estragos deste para seres humanos
são maiores.
Em
contraposição a escala de intensidade, existem as escalas de magnitude, que
medem a quantidade total de energia liberada por um terremoto em sua fonte. É
uma escala sem limites, com valores começando por 1. A maior magnitude até
agora registrada foi de 8.9 e embora valores maiores do que 9 sejam
teoricamente possíveis. Eles são improváveis, porque as rochas não são capazes
de armazenar energia, para gerar um terremoto de tal magnitude. Sua ocorrência
provocaria uma catástrofe indescritível.
A
mais popular e mais usada Escala de Magnitude, é a “Escala Richter” –
desenvolvida em 1935 pelo então sismólogo Charles Richter.
Para
evitar grandes números, Richter usou uma escala logarítmica de base – 10
convencional para converter a amplitude da maior onda sísmica registrada para
um valor numérico de magnitude. Portanto, cada aumento no número inteiro
representa 10 vezes o aumento na amplitude da onda. Por exemplo, a amplitude da
maior onda sísmica para um terremoto de magnitude 6 é 10 vezes maior que um
terremoto de magnitude 5 e 100 vezes maior que um terremoto de magnitude 4 e
1.000 vezes maior que um de magnitude 3 (10x10x10=1.000). Isto refere-se apenas
a uma explicação didática para números inteiros, na realidade a diferença é
maior pois cada aumento de magnitude corresponde a um grosseiro aumento de 30
vezes na quantidade de energia liberada.
A
escala de magnitude Richter foi elaborada para medir as ondas em um sismógrafo
e a uma distância específica do terremoto. Uma de suas limitações é que
subestima a energia de terremotos grandes, porque mede o pico mais alto em um
sismograma, que representa apenas um momento do terremoto.
Para
solucionar este problema os sismólogos desenvolveram a escala de Magnitude Momento
Sísmico, que leva em consideração toda a extensão do terremoto e áreas
adjacentes.
Maremoto
Em
dezembro de 2004, um terremoto de magnitude 8.9 aconteceu numa extensão de mais
de 150 km ao norte de Sumatra, na Indonésia. Uma das consequências desse
terremoto foi a formação de ondas gigantes que atingiram o litoral da
Indonésia, Índia, Tailândia, Malásia e outras áreas da região. Essas ondas
gigantes recebem os nomes de onda de Maré, ou tsunami, que em Japonês significa
maremoto. Ao atingirem o litoral essas ondas causaram a morte de mais 150 mil
pessoas e prejuízos incalculáveis. Os tsunamis são ondas marítimas destrutivas
geradas pela liberação de grande quantidade de energia. A maior parte desses
fenômenos resulta de terremotos submarinos, mas vulcões e deslizamentos
marinhos, podem também causá-las.
Uma
vez formado, o tsunami pode percorrer um oceano inteiro sem ser percebido por
que em mar aberto possui ondas baixas e a distância entre as cristas pode ser
de quilômetros. Entretanto, quando chegam em águas rasas, essas ondas aumentam
incomumente de tamanho, causando impactos devastadores nas áreas litorâneas.
Um
dos sinais de alerta sobre a aproximação de um tsunami é que alguns são
precedidos de uma retirada súbita do mar da região costeira. Nesta ocasião,
muitas pessoas desavisadas adentram ao litoral à cata de peixes, corais,
conchas etc, e são pegas em surpresa, pelas ondas gigantes.
VULCANISMO
A
grande maioria dos magmas se resfria e cristaliza, formando dessa forma as
rochas plutônicas, mas alguns chegam até a superfície na forma de fluxos de
lavas ou materiais piroclásticos, a este fenômeno dá-se o nome de vulcanismo.
Os vulcões em erupção são na realidade manifestações dos processos da dinâmica
interna do Planeta Terra. Durante o período histórico cerca de 550 erupções
vulcânicas foram registradas. Isto significa que ditos vulcões, embora alguns,
há muito não se manifestam, podem ser considerados ativos.
Em
qualquer momento do tempo atual no mínimo 12 vulcões estão em erupção em algum
lugar da Terra. Além dos vulcões considerados ativos existem numerosos vulcões
considerados adormecidos. Ou seja, vulcões que não entraram em erupção
recentemente, mas que a qualquer momento, este fenômeno pode vir a acontecer.
Alguns
exemplos clássicos são Vesúvio, na Itália, que não mostrou sinal de atividade,
na memória humana, até o ano de 79 Depois de Cristo, quando entrou em erupção,
trazendo consequências desastrosas para os seres humanos, causando a destruição
de cidades como Herculano, Pompéia e Estábias. O vulcão do Monte Pinatubo, nas
Filipinas, permaneceu adormecido por cerca de 600 anos, mas em 1991 entrou em
erupção produzindo a maior explosão vulcânica dos últimos 50 anos.
Alguns
vulcões são considerados como inativos, ou quem sabe extintos, pois não entram
em erupção há muito tempo. Como é o caso do vulcão de Iporá em Goiás. Quanto a
gênese pode-se considerar a existência de dois grupos básicos de vulcões. O
primeiro tipo está relacionado à influência das superplumas, fenômeno que
ocorre no manto da terra. O segundo grupo resulta do mecanismo de subducção de
placa, que consiste no mergulho de uma placa tectônica sobe outra placa, fato
que provoca terremotos e vulcões. Dois fenômenos intimamente associados.
Os
vulcões pode-se nos apresentar de diferentes formas, de modo geral o vulcão tem
a forma de uma montanha cônica formada ao redor de um abertura, por onde são
expelidos lavas e materiais piroclásticos, mas há vulcões que se apresentam com
várias aberturas laterias.
A
maior parte dos vulcões possui uma depressão circular no seu cume, conhecida
como cratera. Outros entretanto se nos apresenta na forma de caldeira, que
atinge proporções quilométricas. Outros ainda possuem em suas depressões,
lagos, também conhecidos como lagos de crateras, que podem guardar entre os
seus conteúdos gases devastadores.
Em
1986, em Camarões, na África, 1.746 pessoas e milhares de animais morreram
quando uma nuvem de dióxido de carbono as tragou. O gás estava acumulado nas
águas do lago Nyos, que ocupa uma cratera vulcânica.
A
maior parte dos gases liberados pelos vulcões se dissipa rapidamente na
atmosfera. Os gases vulcânicos são composto em sua maior parte por vapores de
água. Mas em menor quantidade ocorrem dióxido de carbono, nitrogênio, dióxido
de enxofre e gás sulfídrico, monóxido de carbono, hidrogênio e cloro.
Dependendo do tipo de magna, que pode ser felsico ou máfico, os gases podem
expandir ou escapar de forma mais fácil ou não para a atmosfera. Em 1783, gazes
tóxicos lançados por erupções de fissura na Islândia, tiveram efeitos de
catástrofes. 75% do gado morreu e a
névoa resultante do gás provocou baixas temperaturas e quebra na safra causando
a morte de 24% da população.
Morte
de árvores em grande extensão são resultantes de gases expelidos por vulcões
que alteram o processo de fotossíntese e provoca a redução de oxigênio no solo.
Mudanças
climáticas localizadas ou não, são também consequências de atividade
vulcânicas.
Os Domos
Vulcânicos e o Caso de Martinica.
Os
denominados “damos de lava” são configurações que se formam junto aos vulcões,
em função da pressão ascendente ser muito forte tendo em vista a grande
viscosidade da lava, classificada como félsica. Quando rompidos esses domos são
altamente destrutivos e tem ocorrido em várias partes. Um exemplo da capacidade
destrutiva desses domos é narrada por WICANDER E MONROE (em sua obra
Fundamentos da Geologia).
Em
1902, o magma viscoso se acumulou sob o cume do monte Pelée, na ilha da Martinica.
A Pressão interna da montanha cresceu a ponto de não poder mais ser contida e o
lado da montanha rompeu em uma tremenda explosão. Quando isso ocorreu, uma
nuvem de materiais piroclásticos e gases móveis e densos, chamada nuée ardente
(nuvem incandescente, em francês) foi expelida e correu montanha
abaixo a uma velocidade de 100 km/hora, engolfando a cidade de St. Pierre.
Uma
tremenda ventania atingiu St. Pierre e arrasou prédios, atirou matacões,
arrancou árvores, jogou entulho nas ruas e deslocou em 16 m uma estátua de 3
toneladas. A ventania foi seguida de rodopios de uma nuvem de cinzas
incandescentes e gases com uma temperatura interna de 700 oC, que
incinerou tudo em sua passagem. A nuvem ardente passou por St. Pierre em dois
ou três minutos, mas foi seguida por uma tempestade de fogo enquanto os
materiais combustíveis queimavam e barris de rum explodiam. Mas, àquela altura,
a maioria dos 28 mil residentes da cidade já estava morta. De fato, na área
coberta pela nuvem ardente, somente duas pessoas na própria cidade haviam
sobrevivido. Um sobrevivente estava do lado de fora da nuvem ardente, mas,
mesmo assim, ficou terrivelmente queimado e sua família e seus vizinhos foram
todos mortos. O outro sobrevivente um estivador, preso na noite anterior por
conduta desordeira, estava em uma cela sem janelas, parcialmente abaixo do
nível do solo. Ele permaneceu em sua cela, queimado por quatro dias após a erupção,
até que os trabalhadores do resgate ouviram seus gritos pedindo ajuda.
PETRÓLEO E GÁS NATURAL
Tanto
o petróleo como o gás natural trazem na sua composição hidrogênio e carbono,
por esta razão são designados hidrocarbonetos. Estes materiais são formados por
restos de organismos orgânicos, sendo a maioria microscópicos que se assentam
principalmente no assoalho oceânico ou no fundo de lagos rasos, locais onde
existe pouco oxigênio para decompô-los. Quando soterrados sob camadas
sedimentares e quando aquecidos, em função da profundidade dão origem ao
petróleo e ao gás natural.
A
rocha onde estes elementos se formam recebe a denominação de rocha-mãe, mas a
viabilidade econômica, só se torna possível quando há uma migração desses
elementos da rocha-mãe para uma espécie de rocha-reservatório, também
conhecidos como armadilha, que os retêm em grande quantidade. Fato muito
semelhante à formação de aquíferos. A rocha reservatório, deve possuir diques
selantes para reter o petróleo e o gás natural. Caso isto não aconteça, há
grande possibilidade desse tipo de material vazar até a superfície, onde
desapareceriam.
As
rochas reservatórios devem possuir porosidade, permeabilidade, capacidade de
transmitir fluidos, para que tanto o petróleo como o gás natural, possam ser
extraídos em quantidades economicamente viáveis.
Muitos
reservatórios de hidrocarbonetos são formados por arenitos marinhos que se
espalham ao longo da costa oceânica e sempre nas proximidades de rochas mãe.
Recifes de corais antigos podem também se constituírem em boas armadilhas
estratificadas. Como por exemplo grande
parte do petróleo da região do Golfo Pérsico se encontra em antigos recifes.
Os
hidrocarbonetos podem também ser encontrados em estruturas próximas aos “domos de
sal”. O sal gema é uma rocha sedimentar, quando esta é enterrada com certa
profundidade sob sedimentos mais densos, ela pode subir em direção à superfície
em colunas denominadas “domos”. A medida que a rocha de sal se ergue, penetra e
forma camadas sobrepostas de rocha que podem armazenar petróleo e gás.
O
folhelho betuminoso e areias de alcatrão, também podem constituir em fontes econômicas
de petróleo, dependo da sua composição, extensão e maneira exigida para seu
processamento.
Embora
algumas pesquisas demonstrem que petróleos e gases naturais já existiam desde a
Carbonífero é no Cretáceo Superior que se formam mais de 2/3 do petróleo e gás
natural existentes no mundo.
O Caso do
Pré-Sal da Costa do Brasil.
O
chamado pré-sal da costa brasileira, refere-se a uma grande reserva de
hidrocarbonetos, que se bem explorada, pode colocar o Brasil entre os maiores
produtores mundiais. É encontrada sob uma profunda camada de rocha salina. Os
estudos até o presente momento demonstram que esta camada onde se encontra a
rocha-mãe e as armadilhas que armazenam os hidrocarbonetos se estende desde o Estado
do Espirito Santo até o Estado de Santa Catarina, no final da plataforma
continental brasileira, fora do que se considera mar territorial brasileiro,
porém dentro da zona econômica exclusiva do Brasil.
A
rocha geradora que dá origem aos hidrocarbonetos retidos em uma camada bem
profunda é constituída basicamente de folhelhos lacustres. A profundidade da
camada rica em petróleo pode chegar a 8.000 metros de profundidade abaixo do
nível do mar. Sua origem está condicionada a fragmentação Gondwânica, que separou
a África da América do Sul e deu origem a formação do Atlântico Sul, bem como
as placas tectônicas Sulamericana e Africana. Há cerca de 120 milhões de anos.
As
camadas mais recentes de sal que se situam acima das reservas, estão cerca de
2.000 metros abaixo do nível do oceano e se formaram pela evaporação da água
marinha, num contexto de clima árido e semiárido, durante a última fase de mar
raso que abrangia toda região.
O FUTURO DO
PLANETA TERRA
Para
que se possa entender às questões ligadas ao futuro do Planeta Terra é
pré-requisito compreender toda dinâmica que envolve a origem do próprio
Universo.
Segundo
os princípios da Filosofia Cósmica, que se fundamenta na Física Quântica, o
Universo teria originado a partir de um ponto que se tornou infinitamente
quente e sólido ocasionando uma grande explosão que deu origem a vários
fragmentos que entraram em processo de expansão. Entretanto, não há consenso
entre os Físicos e Astrônomos que quando mencionam este fato estão se referindo
ao universo como um todo, ou apenas um fragmento deste, denominado Sistema
Solar.
A
explicação da origem do nosso sistema solar, que se refere ao material
interestelar, situado num dos braços espirais da Via Láctea. Diz, que o
material entrou em colapso e foi condensado. O colapso gradual desse material
associado à influência da gravidade, foi achatado e começou a rodar em sentido
anti-horário.
A
rotação e a concentração do material interestelar continuaram e, deram origem
ao Sol embrionário. A turbulência dessa nebulosa produziu redemoinhos
localizados, onde o gás e as partículas sólidas se aglutinaram. O processo de
aglutinação permitiu o acumulo de massas com partículas de diversas naturezas,
chamadas planetesimais, que com o passar dos tempos se transformaram em corpos
planetários.
Por
volta de 4, 6 bilhões de anos, uma grande quantidade de material reunido em um
dos redemoinhos turbulentos, que girava em torno do recém-formado sol, deu
origem ao Planeta Terra.
Da
mesma forma, tendo ao centro o Sol, nebulosas gasosas se condensaram e deram
origem a planetas de vários tamanhos, que juntamente com outros materiais
começaram a girar em torno do Sol. Alguns planetas pequenos continuaram a
incorporar materiais, que contribuíram para aumentar sua massas. Outros se
colidiram e assim por diante. O processo não é tão simples.
No
caso da Terra, toda vez que incorporava pequenos planetas e meteoritos, a
energia de colisão se convertia em calor, formando um mar de magma. Por isso,
uma bola de fogo corresponde a imagem da Terra em seus primórdios. Cada vez que
havia impactos, minerais silicatados liberavam para o espaço, átomos de
Hidrogênio e Oxigênio, que formavam moléculas H2O. No início essa
água se apresentava na forma de vapor, depois houve condensação, mas a água no
estado líquido, não conseguia chegar até a superfície da Terra, em função do
alto nível de calor existentes na superfície do Planeta, que fazia a água
evaporar. Entretanto, com o passar do tempo, houve um resfriamento que permitiu
que a água da atmosfera se precipitasse sobre a Terra. Assim o Planeta foi
recoberto por um oceano primitivo que o circundava numa espessura média de 4 km,
como já mencionado.
A
existência da água em estado líquido na superfície da Terra, possibilitou a
formação de diversos tipos de rochas, cujos detalhes não cabe especificar neste
artigo. Algumas dessas rochas em função da densidade, emergiram, formando as
terras emersas, que depois viraram massas continentais com formas e composições
variadas ao longo do tempo. Portanto, nos seus primórdios a Terra é comparada a
uma bola de fogo, depois se transformou em bola de água. De lá para cá se
passaram 4 bilhões e 600 milhões de anos.
É
muito difícil fazer previsões. Entretanto tudo que tem início, um dia terá fim,
pelo menos nos parâmetros que conhecemos. Não temos certeza porém se antes da
grande explosão, que deu origem ao universo conhecido, já existisse algo.
Não
sabemos também como os seres humanos evoluirão daqui para a frente, ou se serão
extintos, por causas naturais ou por causas criadas pela própria espécie. Casos
como estes, que envolvem extinções, são corriqueiros na história evolutiva da
Terra.
Sabemos
que durante os bilhões de anos da sua história evolutiva, o Planeta mudou muito
de configuração, já foi Pangéia, Gondwana, Laurásia. Possuía mares onde hoje
existem montanhas de calcário, etc. Mais recentemente, áreas desérticas se transformaram
em ambientes florestados e vice-versa etc, sem que o planeta deixasse de
existir.
Sabemos
também que os elementos radioativos existentes no interior da terra, que
representam importantes fontes de calor. Um dia irão desaparecer ou exaurir-se.
Desse modo a energia geotérmica, que movimenta o interior do Planeta, irá
extinguir-se, fazendo com que o campo magnético também deixe de existir. Por
repetidas erupções vulcânicas, a água existente no interior da Terra, será
evaporada e decomposta, tornando-se gradualmente mais escassa.
O
que se pode afirmar com base nos conhecimentos atuais é que daqui a 900 milhões
de anos, a expansão do Sol poderá provocar o incremento do calor recebido pela
Terra. Nesta situação, os oceanos irão evaporar totalmente. O Planeta inteiro
será intemperizado e convertido numa estrela sem vida. Passados mais 5 bilhões
de anos, o Sol transformar-se-á em uma estrela gigante que engolirá a Terra e
todo o Sistema Solar.
Portanto,
se algum dia o Planeta Terra se extinguir, será por causas naturais, ou
obedecendo a própria lógica da Filosofia Cósmica.
O
homem, com toda sua onipotência, exaltada pelas religiões monoteístas, jamais
terá a capacidade de destruir a Terra enquanto planeta. O que ele pode fazer é
alterar ecossistemas e nichos ecológicos, que modificam as paisagens e leva a
vida em extinção, alcançando dessa forma a própria sobrevivência do
Homo-sapiens-sapiens.