Altair
Sales Barbosa
Segundo
um narrativa Pareci, índios que falam Língua Pareci do tronco Aruak e habitam
as chapadas dos Parecis no estado de Mato Grosso, há muito tempo um velho muito
sábio pressentindo o final de sua vida, chamou seu filho mais novo e pediu-lhe
que quando falecesse fosse enterrado no meio da roça. Disse ainda ao filho que
três dias depois, brotaria em cima de sua cova uma planta de folhas longas que
iria crescer e em seguida produziria algumas sementes protegidas por uma
espécie de túnica.
Pediu
ao filho que colhesse essas sementes quando maduras, mas que não as comesse,
deveria plantar e toda a aldeia ganharia um presente precioso.
Assim
se fez e apareceu o milho.
Comentários:
Este mito foi
coletado por Altair Sales Barbosa em 1972, entre os índios Pareci.
O mesmo mito
aparece com variações em diversos povos indígenas do Brasil.
Ver por exemplo
Brandenburger, Clemente – “Lendas dos nossos índios” – Rio de Janeiro 1931.
Esse autor constatou variações desse mito entre diversos indígenas, dentre os
quais os índios de língua Tupi, que narram a origem do “avati”.
É sabido que
esse cereal classificado botanicamente como Zea mays, tem sua origem associada a grupos indígenas e certas áreas endêmicas do México. Locais onde aconteceu sua domesticação por
volta de 7.000 anos A.C. A origem de tais mitos entre povos indígenas do Brasil
pode ser devida ao fato da larga utilização desse vegetal como alimento e da importância que lhes atribuía a população indígena brasileira.
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