sábado, 8 de setembro de 2018

A MORTE SILENCIOSA DOS RIOS DO CERRADO




Altair Sales Barbosa

De maneira geral, ou bem específica como é o caso dos cursos d’águas do oeste da Bahia, sul do Piauí, noroeste do Tocantins, Maranhão e norte de Minas, as águas do cerrado padecem de um mal semelhante a diabete escondida ou disfarçada, que quando se manifesta, dificilmente o portador escapa com vida.


No caso da diabetes a doença vai minando paulatinamente alguns órgãos vitais, terminando com a falência destes. A amputação de membros é apenas uma das manifestações, mas a doença ataca rins, coração e sistema nervoso.


A diabetes pode ser considerada uma doença crônica que tem como causa a falta de produção de insulina no organismo, que   é um hormônio controlador da glicose nas correntes sanguíneas. Numa comparação rudimentar entre a diabetes e os rios do cerrado a insulina que mantém o equilíbrio dos rios, tem origem nos  lençóis subterrâneos, que são fontes de águas  armazenadas nas rochas porosas sedimentares, que ao longo de milhões de anos foi sendo depositada na região, como é o caso do arenito Urucuia em Minas,  oeste da Bahia, noroeste do Tocantins e o arenito Poty do sul do Piauí e Maranhão. Quando a fonte de insulina é insuficiente os cursos d’águas superficiais entram em desequilíbrio, que se manifesta de diversas formas. O desequilíbrio altera a dinâmica do rio, como se tivesse afetado o seu sistema nervoso, aumenta a turbidez da água, como se seus rins deixassem de funcionar, além do que, o veneno utilizado fica no solo e quando carreado para o leito do rio, afeta seu sistema vital, fazendo desaparecer grande parte de sua fauna. A ausência de água nos lençóis subterrâneos provoca a amputação de vários membros integrantes da bacia. Essa amputação inicia com a migração das nascentes até o desaparecimento total de muitos cursos d'água. Este é o início do fim e se conclui com a morte do rio e todo seu entorno, incluindo a desestruturação de comunidades humanas, através da desterritorialização.


Nunca compreendi a atitude de certos funcionários públicos, que utilizando de imagens de satélite argumentam que 40% ou 50% de cerrado ainda estão preservados.  A imagem de satélite  para esta finalidade, mostra  apenas o dossel da vegetação arbórea restante, não mostra a vegetação que constitui os estratos inferiores do cerrado, incluindo a vegetação rasteira, constituída basicamente por gramíneas, com uma grande variedade de capins nativos e bambuzinhos, que na realidade exercem uma função ecológica vital para cerrado, pois é o tipo de vegetação que retém as águas das chuvas que lentamente vão abastecer os lençóis subterrâneos e formarem os aquíferos - a insulina dos rios. Fico a indagar: A quem interessa esse tipo de informação descalçada de uma visão sistêmica do cerrado. Será que é utilizada para justificar mais ocupações intensivas, ou reflete simplesmente falta de conhecimentos?


Não entendo também, ou talvez não queira entender a visão obtusa de certos profissionais liberais, funcionários públicos ou freelancers contratados para falarem que a vazão dos rios tenha diminuída em função de mudanças climáticas. Ora, todos nós que estudamos o rol das ciências da evolução, incluindo estratigrafia, climatologia, sedimentologia, sabemos que mudanças climáticas não ocorrem bruscamente, demandam centenas, às vezes milhares de anos para um novo padrão se estabelecer, o que pode acontecer é um período de estiagem mais prolongado, em decorrência de fatores naturais, tais como circulação marinha, que afeta a circulação atmosférica, resfriamento ou aquecimento das águas oceânicas, ação dos ventos solares, ou mesmo das correntes de convecção existentes no Manto da Terra. Porém, são fatores isolados e isoladamente não estabelecem padrões, a não ser que pendurem por um longuíssimo tempo.


Estudos de estratigrafia e sedimentologia, apoiados em diversas datações radiométricas tem demonstrado que o padrão climático, com uma estação seca e outra chuvosa, tem operado nos chapadões centrais da América do Sul, área ocupada por cerrado desde pelo menos 45 milhões de anos.

Do final do Pleistoceno e inicio do Holoceno, quando populações humanas já ocupavam as grutas e cavernas existentes no cerrado, a estratigrafia mostra de forma clara essa oscilação, sendo a estação chuvosa demonstrada por camadas claras e a estação seca explicitada por sedimentos escuros.  Este padrão é tão evidente, que não deixa dúvidas quanto a sua existência pretérita.           
Portanto o discurso da diminuição da vazão dos rios associado a mudanças climáticas, não passa de uma falácia. 
Não é preciso ser especialista para enxergar o prejuízo irreversível causado nas áreas do cerrado, basta acessar uma imagem de satélite da região, para constatar grandes quadriculas nos interflúvios com monoculturas e grandes círculos desmarcados pela irrigação de pivôs. Os motores que fazem funcionar as máquinas da irrigação são tão possantes que são necessárias baterias de motores auxiliares, para colocá-los em operação. Quando este complexo começa a funcionar os rios sofrem impactos gigantescos, alguns param totalmente do ponto de captação para baixo. Pensem. Se fossemos animais   aquáticos o que faríamos? E, se fôssemos população ribeirinha, vivendo da produção familiar, ou se vivêssemos em alguma cidade ou povoado abaixo destes sistemas, qual seria a nossa reação?

Com relação aos animais a resposta é fácil, mas com relação aos humanos a resposta é difícil, pois os humanos agem muitas vezes por interesses individuais, as vezes tem conhecimento dos problemas, porém, pode lhes faltar a consciência, elemento fundamental que o transforma em cidadão e o faz agir coletivamente, ou seja, em benefício da coletividade. Muitos, sentem medo de lutar contra os lobos, os donos do capital, mal sabendo, que estes já lhe tiraram quase tudo, os ideais, o bem-estar, os amigos, falta apenas lhes tirarem a alma, se é que isto já não aconteceu. Seria bom neste momento indagar: Em que aurora se escondem e como esperam o amanhecer?

Já escrevi centenas de artigos sobre o assunto, falando sobre as consequências da retirada da cobertura vegetal nativa, dos aquíferos, do futuro das águas. E chamando atenção para as consequências que virão em breve, se este modelo predatório de relação com o território continuar.

Quase nada teve ressonância, um outro idealista ou grupo de idealistas empenha a bandeira da construção de um futuro melhor, mas diante de tanto poder só encontram ao final da luta uma espécie de cadáver no calabouço. E, o entusiasmo que o impulsiona, qual uma luz de candeia, vai apagando pouco a pouco.

Nunca entendi a voracidade da ganância dos grandes empresários rurais, muitos dos quais nem conhecem a região, mas suas ações aniquilam tudo. Não tem compromisso com o Estado nem com as futuras gerações. Por isso, menos ainda entendo a ação dos políticos e de alguns advogados nacionais, que com unhas e dentes protegem esses exterminadores e provocadores de entropias ambientais e sociais. Serão cegos? Mal-intencionados?  Onde foi que escondeu a luz dos olhos deles?  
Não tenho respostas.


Também não sei onde mora a aurora daqueles que um dia despertaram para a esperança.


Só uma certeza eu tenho: No silencio acelerado do tempo nossos rios vão morrendo.
                                                                                                        









sábado, 28 de julho de 2018

INSTITUTO ALTAIR SALES


Universidade Aberta do Cerrado

Altair Sales Barbosa

O Instituto Altair Sales é uma instituição de natureza científica, cultural, educativa e estratégica, criado para dar suporte administrativo a Universidade Aberta do Cerrado, bem como os projetos por ela propostos ou em fase de desenvolvimento.

Foi albergado inicialmente pelo Centro Cultural Cara Vídeo, onde aconteceram as primeiras reuniões, contando sempre com a colaboração e boa vontade de Maria Delma Costa, Pe. Sergio Bernardoni e D. Tomás Balduino. Com a saudosa ausência dos dois últimos, o grupo pensante buscou amparo nos empreendimentos da Fazenda Santa Branca, sempre contando com entusiasmo e apoio do Prof. Jeremias Lunardeli. Em seguida a ideia foi abraçada pelo Instituto Histórico e Geográfico de Goiás. Entretanto, ainda não havia encontrado força suficiente para deslanchar. Isto veio a se concretizar quando à estas instituições consideradas parceiras se juntaram a Associação dos Professores da PUC de Goiás, principalmente através do seu Projeto Memórias e do Movimento SOS Cerrado, que integrando profissionais competentes em diversas áreas, começaram a dar um corpo jurídico e administrativo, resultando na criação de uma associação denominada Instituto Altair Sales.

UNIVERSIDADE ABERTA DO CERRADO - UAC
A UAC foi pensada para funcionar como centro irradiador de saberes e inovador na área do empreendedorismo educativo e sustentável.
Neste sentido, os saberes se revestem em algo concretamente pluridisciplinar, que leve em consideração as vocações regionais, mas sem nunca perder a visão do global, dentro de uma concepção sistêmica. É uma nova visão de universidade, que também abrange universos e diversidade. É informal, aberta, no sentido de acolher saberes formalizados, elaborados nas ditas academias e saberes informais dos doutores e mestres, ou guardiões de fato, sempre que possível proporcionando a integração entre estes saberes. Ou seja, o saber dito erudito e o saber dito popular. Portanto suas atividades são infindáveis, mas sempre no sentido de oferecer frutos educativos que contribuam para a busca de uma cidadania plena e da sustentabilidade planetária. É essencialmente inclusiva, acolhendo neste sentido, toda gama de saberes regionais e incorporando os saberes universais, recuperando seletivamente o conhecimento acumulado através dos tempos e colocando-os para favorecerem a superação constante de situação de subdesenvolvimento e impulsionando os agentes sociais, na busca de processos educativos, que resultem em incentivo à criatividade à pesquisa e consequentemente na busca de soluções para os problemas do mundo moderno, de modo global, sociais e ambientais,  sem que haja a separação dos saberes.

Assim, os profissionais envolvidos nos inúmeros projetos da UAC, devem estar comprometidos com a realidade circundante, ajudando criar as condições de desenvolvimento e de crescente bem-estar das populações. Sua participação no esforço da comunidade para superar a fome, a doença, a ignorância, a miséria, o sofrimento, o atraso e a marginalização, ajudando imprimir à ação planejada maior objetividade e eficiência. Engajando-se, desta maneira, no esforço de crescimento econômico social da região em que vive e trabalha, estes profissionais, ajudarão a robustecer um novo conceito de processo produtivo e a consequente distribuição de renda.

A UAC é mantida pelo Instituto Altair Sales e tem seus projetos direcionados preferencialmente para o Sistema Biogeográfico do Cerrado dos chapadões centrais da América do Sul, não só em virtude de sua biodiversidade biológica e cultural apoiada numa diversidade geo-estrutural sui generis, mas também porque se trata da matriz ambiental brasileira, mais incompreendida e  por esta causa,  mais degradada, fato que já está pondo em risco as outras matrizes ambientais do Brasil.

Todas as atividades da UAC, que serão desenvolvidas através de projetos, alguns já estruturados e outros novos, que possam surgir de acordo com as exigências imediatas. Entretanto, todos os projetos devem se enquadrarem dentro de uma diretriz norteadora, que sempre buscará uma educação eficaz e iniciativas científicas e culturais guiadas por princípios éticos que ajudem construir novas mentalidades, críticas e criativas.


Os projetos se enquadram dentro dos seguintes eixos temáticos:

ESCOLAS SUSTENTÁVEIS  
O objetivo é implantar nos municípios modelos de práticas educativas que estimulem e trabalhem de forma interdisciplinar o conceito de sustentabilidade sem dissociar o ambiental do social.


ANTROPOLOGIA GEOGRÁFICA

O objetivo é a produção, divulgação e circulação do que se denomina almanaques, que consistem em pequenas obras editoriais que trabalhem temas regionais variados e multidisciplinares. Cada almanaque é acompanhado de um texto e um documento sonoro ou audiovisual, para ser explorado, cultural, científico ou educativamente pelo agente educador.

CURSOS OFICINAS E EVENTOS
Oferece um conjunto de serviços, diluídos na forma de oficinas, cursos e eventos, ministrados por pessoas com formação acadêmica ou não, tal como mestres populares, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, artesão e tantos outros portadores de saberes e habilidades.

FÁBRICA PEDAGÓGICA
Oferece um conjunto diferenciado de material didático-pedagógico, que tem como objetivo ilustrar e complementar as atividades de ensino-aprendizagem.
O material é representado por coleções a saber:

Coleção Didático Museológica - representada por cenários ilustrativos de diversas áreas do conhecimento.
Os cenários são montados por especialistas, artistas e artesãos, em caixas de madeiras com frente de vidro, tendo a opção também de caixa de papelão, sempre em três dimensões e em escalas  apropriadas.
Este material serve para a escola montar mini-museus, laboratórios, ilustrar atividades em sala de aula, além de despertar a criatividade.
Os temas cenográficos abrangem desde a origem do universo, evolução da vida e o cerrado em sua totalidade.

Coleção Mapas e Painéis Complementares - representada por mapas e painéis com conteúdos científicos e culturais. Servem para ilustrar atividades escolares ou complementar exposições definitivas e temporarias.
Abrange temas como: aves do cerrado, répteis, peixes, mamíferos, bacias hidrográficas, ocupação humana e outros temas relevantes, além de dados biográficos ou explicativos, quando usados em exposições temporárias.

Coleção Ciência em Audiovisual – representada por documentários, elaborados com conteúdo didaticamente sistematizados, onde temas complexos são tratados de forma simples sem todavia ser banalizados.
O material será editado e narrado em português, com trilhas sonoras originais. A duração varia de 10 a 15 minutos e acompanha estojo com encarte.
Os temas oferecidos giram em torno do Sistema Biogeográfico do Cerrado.

Coleção Brinquedos Cantados - representada por documentos sonoros acompanhados de cartilhas, com conteúdo musicais, lúdicos e teatrais muito bem elaborados.
É um tipo de material que pode ser utilizado em qualquer nível educacional, bem como   em outras ocasiões, que não aconteçam  especificamente em   sala de aula, tais como reuniões empresariais, políticas, religiosas etc.

MUSEUS E PARQUES DE CIÊNCIAS
Trata de um programa representado por projetos específicos elaborados por técnicos, professores e artesãos altamente qualificados, visando a implantação de Museus e Parques de Ciências. Sua concretização se dará através da solicitação e negociação com instituições públicas e privadas, a nível municipal estadual e federal.

EMPREENDEDORISMO SUSTENTÁVEL
Consiste na implantação de fábricas e oficinas para produção de produtos, baseados nos recursos nativos do cerrado.
Envolve uma gama de iniciativas como fábrica de picolés, bolachas, bolos, tintas ecológicas, essências, sabonetes, artesanato mineral e vegetal etc. Sendo estes empreendimentos frutos de projetos e parcerias e específicas.



PARQUE TEMÁTICO
Representado por projetos que tem por finalidade a representação em espaços especiais ou artificializados a exposição de temas relevantes para a compreensão do Cerrado.
Atualmente está sendo proposto a execução do Parque Temático Brasil, que é um projeto de cunho didático, pedagógico, histórico, geográfico e antropológico, que procura utilizar de recursos audiovisuais em três dimensões e animações para demonstrar os diversos ciclos de ocupação do território brasileiro e as consequências dessa ocupação.
Além dos recursos audiovisuais, outros podem ser utilizados, como por exemplo as maquetes, quando o tema for montado em local fixo.



EDUCAÇÃO MAMULENGA NO CERRADO
Abriga projetos que tem como objetivo divulgar conteúdos diversos, utilizando-se para tal, historias, contos e personagens na forma de bonecos produzidos artesanalmente.
O conteúdo é composto por uma cartilha, com kit sonoro e vozes dos personagens e toda trilha sonora. Também cada projeto contém um kit para montagem de um palco em miniatura, onde o conteúdo é desenvolvido.
Acompanha também a cartilha, os personagens integrantes da história ou conto.

PROJETO CAMINHOS DO CERRADO
Será desenvolvido através de um site, que utiliza como ferramentas de divulgação o facebook, linkedin youtube e um blogger.
O tema básico que norteará os assuntos refere-se ao cerrado brasileiro, dentro de uma perspectiva educativa. Serão divulgados conhecimentos fundamentados num bom embasamento científico, constantemente atualizado.

A divulgação acontecerá de duas formas:
A primeira forma será aberta gratuitamente ao público em geral interessado que poderá interagir pelas redes sociais;
A segunda forma será divulgado através de cursos específicos, não gratuitos, visando uma formação mais aprofundada.
Os cursos serão apresentados em módulos e divulgados na forma de aulas dinâmicas, com narradores, trilhas sonoras e um professor.


PROJETO ARTESÃO -  DO EDUCADOR AO EMPREENDEDOR
Consiste na congregação de várias subprojetos que tem por objetivo colocar no mercado brinquedos e souveniers educativos.

 ENCICLOPÉDIA VIRTUAL DO CERRADO
O projeto consiste na organização de um portal que divulgará informações fidedignas acerca do que se denomina Sistema Biogeográfico do Cerrado, dentro de um eixo epistemológico que permite a compreensão do que significa ser “uma nova civilização tropical” e ao mesmo tempo motive a criatividade e a prática de uma pedagogia inovadora e até revolucionária.


Essas informações serão apresentadas na forma de:



Almanaque Educativo- que engloba literatura regional, mitos, causos, peças teatrais e textos avulsos sobre o cerrado e temas afins;

Artigos Científicos- com dados sobre o cerrado abrangendo todas as áreas do conhecimento;

Coleções Científicas- revista com temas mais elaborados sobre o cerrado, abrangendo também diversas áreas do conhecimento;

Documentos de Pesquisa- arquivos digitalizados de diversos pesquisadores que desenvolveram ou desenvolvem trabalhos nos domínios do Sistema Biogeográfico do Cerrado;

Músicas do Cerrado - grande acervo sonoro autoral e folclórico de músicas com conteúdo educativo capaz de sensibilizar a capacidade criativa de educadores e educandos, através do diálogo;

Vídeos- divulgação de documentos audiovisuais e produção de novos, acerca de temas importantes para o conhecimento do Sistema Biogeográfico do Cerrado. O objetivo é disponibilizar material que possa ser utilizado na dinamização do processo pedagógico;

Entrevistas - coletâneas de entrevistas e reportagens jornalísticas em diversas épocas e com pessoas variadas, tratando de temas específicos do cerrado ou temas gerais relacionados;

Museu Virtual do Cerrado - com imagens sons e narração contando toda a história evolutiva do cerrado. A narração se destina mais aos deficientes visuais, da mesma forma que terá uma explicação em libras para os deficientes auditivos.