Uma Pequena Reflexão
Altair Sales Barbosa
Para que se possa entender às questões ligadas ao futuro do Planeta
Terra é pré-requisito compreender toda dinâmica que envolve a origem do próprio
Universo.
Segundo os princípios da Filosofia Cósmica, que se fundamenta na Física
Quântica, o universo teria originado a partir de um ponto que se tornou
infinitamente quente e sólido ocasionando uma grande explosão que deu origem a
vários fragmentos que entraram em processo de expansão. Entretanto, não há
consenso entre os físicos e astrônomos quando mencionam este fato, se estão referindo
ao Universo como um todo, ou apenas um fragmento deste, denominado Sistema Solar.
Uma explicação da origem do nosso sistema solar, associado ao material
interestelar, situado num dos braços espirais da via láctea, afirma que o
material entrou em colapso e foi condensado. O colapso gradual desse material
associado à influência da gravidade, foi achatado e começou a rodar em sentido
anti-horário.
A rotação e a concentração do material interestelar continuaram e deram
origem ao Sol embrionário. A turbulência dessa nebulosa produziu redemoinhos
localizados, onde o gás e as partículas sólidas se aglutinaram. O processo de
aglutinação permitiu o acumulo de massas com partículas de diversas naturezas,
chamadas planetesimais, que com o passar dos tempos se transformaram em corpos
planetários.
Por volta de 4 bilhões e 600 milhões de anos, uma grande quantidade de
material reunido em um dos redemoinhos turbulentos, que girava em torno do
recém formado Sol, deu origem ao Planeta Terra.
Da mesma forma, tendo ao centro o Sol, nebulosas gasosas se condensaram
e deram origem a planetas de vários tamanhos, que juntamente com outros
materiais começaram a girar em torno do Sol. Alguns planetas pequenos
continuaram a incorporar materiais, que contribuíram para aumentar sua massas.
Outros se colidiram e assim por diante. O processo não é tão simples.
No caso da Terra, toda vez que incorporava pequenos planetas e
meteoritos, a energia da colisão se convertia em calor, formando um mar de
magma. Por isso, uma bola de fogo corresponde a imagem da Terra em seus
primórdios. Cada vez que havia impactos, minerais silicatados liberavam para o
espaço, átomos de hidrogênio e oxigênio, que formavam moléculas H2O.
No início essa água se apresentava na forma de vapor, depois houve condensação,
mas a água no estado líquido, não conseguia chegar até a superfície da Terra,
em função do alto nível de calor, que fazia a água evaporar. Entretanto, com o
passar do tempo, houve um resfriamento que permitiu que a água da atmosfera se
precipitasse sobre a Terra. Assim o planeta foi recoberto por um oceano
primitivo que o circundava numa espessura média de 4 km.
A existência da água em estado líquido na superfície da Terra,
possibilitou a formação de diversos tipos de rochas, cujos detalhes não cabe
especificar neste artigo. Algumas dessas rochas em função da densidade,
emergiram, formando as terras emersas, que depois viraram massas continentais
com formas e composições variadas ao longo do tempo. Portanto, nos seus
primórdios a Terra é comparada a uma bola de fogo, depois se transformou em
bola de água. De lá para cá se passaram 4 bilhões e 300 milhões de anos.
É muito difícil fazer previsões. Entretanto tudo que tem um começo, um
dia terá fim, pelo menos, dentro dos parâmetros que conhecemos. Não temos
certeza porém se antes da grande explosão, que deu origem ao universo
conhecido, já existisse algo.
Não sabemos também como os seres humanos evoluirão daqui para a frente,
ou se serão extintos, por causas naturais ou por causas produzidas por eles
mesmos. Casos como estes, que envolvem extinções, são corriqueiros na história
evolutiva da Terra.
Sabemos que durante os bilhões de anos da sua história evolutiva, o
Planeta mudou muito de configuração, já foi Pangéia, Gondwana, Laurásia. Possuía
mares onde hoje existem montanhas de calcário, etc. Mais recentemente, áreas
desérticas se transformaram em ambientes florestados e vice-versa etc, sem que
o planeta deixasse de existir.
Sabemos também que os elementos radioativos existentes no interior da
terra, que representam importantes fontes de calor. Um dia irão desaparecer ou
exaurir-se. Desse modo a energia geotérmica, que movimenta o interior do Planeta,
irá extinguir-se, fazendo com que o campo magnético também deixe de existir.
Por repetidas erupções vulcânicas, a água existente no interior da Terra, será
evaporada e decomposta, tornando-se gradualmente mais escassa.
O que se pode afirmar com base nos conhecimentos atuais é que daqui a
900 milhões de anos, a expansão do Sol poderá provocar o incremento do calor
recebido pela Terra. Nesta situação, os oceanos irão evaporar totalmente. O
Planeta inteiro será intemperizado e convertido numa estrela sem vida. Passados
mais 5 bilhões de anos, o Sol transformar-se-á em uma estrela gigante que
engolirá a Terra e todo o Sistema Solar. Portanto, se algum dia o Planeta Terra
se extinguir, será por causas naturais, ou obedecendo a própria lógica da
Filosofia Cósmica.
O homem com toda sua onipotência, jamais terá a capacidade de destruir a
Terra enquanto planeta. O que ele pode fazer é alterar ecossistemas e nichos
ecológicos, que modificam as paisagens e leva a vida à extinção, inclusive a
própria sobrevivência do Homo-sapiens-sapiens.